segunda-feira, 7 de março de 2011

Consciência.



Por mais que se procure as razões estão escondidas
Dentro de si mesmas não há como negar
A resposta é quase imaginável
E por um instante se sente perturbado
Com seu medo, fiel ou não
E sua voz, com o passar do tempo torna-se um sussurro
Quase imperceptível, mas notável
Seu corpo se derrete no espelho
Deixando para trás aquela imagem falsa de um sorriso desconhecido
E mostrando a verdadeira mancha que somos
Um borrão escuro em meio a tantos
Outros borrões escuros cobertos com cores alegres
Para como sempre e fielmente sempre
Esconder o que realmente é
não há orgulho em seu medo
mas ele pode se tornar um aliado
já pensou em matá-lo?
Se o escondesse, o procurariam
Onde estão aqueles sonhos?
É, aqueles que você deixou para trás
Quando sua mãe lhe disse que era melhor ser médico
Onde estão aquelas esperanças?
Aquelas, que você pensava, enquanto desejava ser astronauta
E os brinquedos vão se quebrando
E nos deixando sozinhos
Mas jogue-os fora, afinal não possuem mais utilidade não é mesmo?
Mas e seus sonhos que estavam guardados neles?
O coração para e chora
Por que suas lágrimas já secaram
Pare de chorar, isso é para os fracos
Fortes não choram, mas quem disse?
Quem somos para julgar o forte e o fraco
Se todos não passamos de meros vivos?
Pois é, só os mortos são fortes
Pois já morreram, não morrerão mais
E seus corpos?
Tão idolatrados em vida
E esquecidos após a morte
Sua alma em vida é esquecida
Sua alma em morte é louvada
Mas ela não está mais aqui
Então morra por eles
Seja à favor do comando
Lute contra o sistema
Quebre seus brinquedos
E junto com eles seus sonhos
Derrube seu abajur apagado
E acenda uma vela
Por aqueles corpos já esquecidos
Pois suas almas ainda reinam
E para sempre reinarão
Sorria, você está sendo filmado
Emagreça, engorde, vote, finja
Como se entregar na derrota?
Quando finalmente você se erguer
E estiver no topo
Te derrubarão
E depois, o ajudarão a subir
Para que quando você se reerguer
Possam te derrubar de novo
Ás vezes se torna preferível ficar em baixo
Pois à cada queda é mais uma dor
É mais uma vez que sua ferida dói
Então, fique em baixo
Que sua dor não retornará
Por que simplesmente, ela nunca foi embora
Na verdade sempre esteve ali, escondida
Corra, pois o ônibus está passando
Levando sua vida
Interessante é que ele nunca o espera
E sua vida vai indo
E a única coisa que se tem a fazer é correr atrás do tempo perdido
Mas isso não vai adiantar
Por que seu tempo já acabou
E você vai se tornar mais um dos corpos esquecidos
A vela que você acendeu se apagou.




____________ Camila P.

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