segunda-feira, 28 de março de 2011

NovaMente


O que você acha de começar tudo novamente?
De tentar, de crescer, simplesmente?
Se sua cabeça não resiste e ela mente?
Se seus sentimentos já não podem, já não sentem?
Se sua aparência já não é tão aparente?
Se sua existência não é mais existente?
E se sua vida não for mais influente?
O que você acha de começar tudo novamente?
Se não puder seguir mais em frente?
Mas e se não conseguir sugerir, sutilmente?
Se sua voz ecoa, grita, ardentemente?
E se por acaso o acaso não for o suficiente?
O que você acha de começar tudo novamente?


Camila P.

quinta-feira, 10 de março de 2011

AlienAção



Estradas espalhadas pelas cidades
Ninguém sabe aonde elas vão nos levar
Todos seguem na mesma marcação
Caminhando pelas estradas asfaltadas ou não

Essas estradas não tem fim
Seguem retas, com uma perfeição fiel
Nós as seguimos, por que todos as seguem
Traçando uma linha reta, porém cruel

Você tem que seguir a estrada

Por que não existe outro caminho
Você pode escolher entre seguir a estrada
Ou morrer na estrada, porém sozinho

Ninguém ganha no final
Todos perdem, cada um de seu jeito
Uns desistem, outros lutam
Mas todos deixam para trás algo não feito

Talvez uma história não contada
Talvez um amor não reconhecido
Talvez um adeus não dito
Talvez um bilhete não lido

Todos caminham iguais
No mesmo ritmo que os que já passaram ouviram
Alguns toques fúnebres são sentidos de hora em hora
São só os gritos dos que desistiram

Crianças seguem sem saber
Olham para as cidades escuras e vazias
Esperançosas de um dia serem diferentes
E habitarem naquelas cidades tão frias

Mal sabem elas que já estão no caminho
Mesmo sem querer, seguem a mesma estrada
Com a mesma marcação de todos nós
Seguindo iludidas a mesma jornada

Bem Vindo a estrada
Aqui não seguem sonhos, nem esperanças
Aqui seguem protótipos perfeitos
De robôs com incríveis semelhanças.


____________ Camila P.

quarta-feira, 9 de março de 2011

GAME OVER





Está tudo tão escuro
parece que não há ninguém
seu corpo, seu futuro
não existe mais nada além

ninguém o vê
não podem lhe alcançar
lágrimas a correr
não há tempo pra chorar

cenas em sua cabeça
memórias cruéis, torturantes
sua alma, antes que desapareça
resgata os velhos semblantes

você se pergunta tanto
"eu realmente vivi?"
mas a sua resposta, por enquanto
"fui eu quem escolhi"

a culpa, tão de repente
sorri como uma criminosa
que mata aos poucos sua mente
e termina como vitoriosa

todo o seu tempo passou
as pessoas que não amou
por algum motivo, também passaram
mas, por você choraram
e você nem valorizou

Não adiantam gritos
nada muda os fatos
seus gemidos, aflitos
ou seus olhares, sensatos

Seu coração ora vibrante
agora, parado e sem ação
um dia, sequer um instante
tentou fazer
nada ser
somente em vão

Hoje, adeus para a vida
você foi embora depressa
não houve tempo para a despedida
você não cumpriu sua promessa.




__________________ Camila P.

terça-feira, 8 de março de 2011

Amigas, dedico à vocês.



É hora de voltar. Mudou tanta coisa. Mas a saudade é sempre impertinente, é sempre dolorida, é sempre ruín. Parece que nem tivemos tempo o suficiente para nos despedir. Mas nem se tivéssemos iríamos desejar dizer ADEUS. Mas não o digamos! Digamos um até logo e desejamos que esse logo venha o mais rápido possível. Era tudo tão difícil. Reclamávamos tanto. Mas tínhamos umas às outras. E ainda temos. Mas tudo parece tão frio. Sinto falta daqueles abraços. E até das reclamações. Sinto falta de vocês. Lutemos por nossa amizade e não nos esqueceremos. O tempo se encarrega da parte mais difícil: saudades. Isso diminui né? Espero. "Venham depressa, vamos ver aqueles vídeos estúpidos e engraçados de antigamente! Olha filho, esses eram meus amigos. Aquelas ali, nossa, cresci com elas. Não, não que tenhamos estados juntas desde pequenas. É que quando estive com elas, eu cresci como nunca!"

segunda-feira, 7 de março de 2011

Consciência.



Por mais que se procure as razões estão escondidas
Dentro de si mesmas não há como negar
A resposta é quase imaginável
E por um instante se sente perturbado
Com seu medo, fiel ou não
E sua voz, com o passar do tempo torna-se um sussurro
Quase imperceptível, mas notável
Seu corpo se derrete no espelho
Deixando para trás aquela imagem falsa de um sorriso desconhecido
E mostrando a verdadeira mancha que somos
Um borrão escuro em meio a tantos
Outros borrões escuros cobertos com cores alegres
Para como sempre e fielmente sempre
Esconder o que realmente é
não há orgulho em seu medo
mas ele pode se tornar um aliado
já pensou em matá-lo?
Se o escondesse, o procurariam
Onde estão aqueles sonhos?
É, aqueles que você deixou para trás
Quando sua mãe lhe disse que era melhor ser médico
Onde estão aquelas esperanças?
Aquelas, que você pensava, enquanto desejava ser astronauta
E os brinquedos vão se quebrando
E nos deixando sozinhos
Mas jogue-os fora, afinal não possuem mais utilidade não é mesmo?
Mas e seus sonhos que estavam guardados neles?
O coração para e chora
Por que suas lágrimas já secaram
Pare de chorar, isso é para os fracos
Fortes não choram, mas quem disse?
Quem somos para julgar o forte e o fraco
Se todos não passamos de meros vivos?
Pois é, só os mortos são fortes
Pois já morreram, não morrerão mais
E seus corpos?
Tão idolatrados em vida
E esquecidos após a morte
Sua alma em vida é esquecida
Sua alma em morte é louvada
Mas ela não está mais aqui
Então morra por eles
Seja à favor do comando
Lute contra o sistema
Quebre seus brinquedos
E junto com eles seus sonhos
Derrube seu abajur apagado
E acenda uma vela
Por aqueles corpos já esquecidos
Pois suas almas ainda reinam
E para sempre reinarão
Sorria, você está sendo filmado
Emagreça, engorde, vote, finja
Como se entregar na derrota?
Quando finalmente você se erguer
E estiver no topo
Te derrubarão
E depois, o ajudarão a subir
Para que quando você se reerguer
Possam te derrubar de novo
Ás vezes se torna preferível ficar em baixo
Pois à cada queda é mais uma dor
É mais uma vez que sua ferida dói
Então, fique em baixo
Que sua dor não retornará
Por que simplesmente, ela nunca foi embora
Na verdade sempre esteve ali, escondida
Corra, pois o ônibus está passando
Levando sua vida
Interessante é que ele nunca o espera
E sua vida vai indo
E a única coisa que se tem a fazer é correr atrás do tempo perdido
Mas isso não vai adiantar
Por que seu tempo já acabou
E você vai se tornar mais um dos corpos esquecidos
A vela que você acendeu se apagou.




____________ Camila P.

Definir



Amor é palavra sem sentido nenhum. Tem tantos significados e nenhum a define. Amor não é palavra. É sentimento. Amor se faz sentido. Amor é melancólico que enjoa. Pode ser escondido que passa despercebido. Amor nunca é de um só. Tem que ter no mínimo dois: alguém e outro alguém, alguém e algo, alguém e uma razão... É chato. Incomoda. Tem muitas contra indicações. Indicações tem até demais. Mas não tem como definir. É bom de sentir. Amor nunca vem sozinho. Vem quietinho. Vem com dor. Vem com ódio. Lado a lado. Juntinhos que nem queijo e goiabada, sabe? Aí vai de quem sente escolher a quem dar mais força: ao amor ou ao ódio. Mas é sempre assim. Sentimento dolorido, esse tal de amar. E olha que se com ele é ruim, é pior sem ele. De verdade. E bota pior nisso. AMOR não tem definição. Não tem forma. Nem cheiro. Nem gosto. Pensando bem, pode até ter sim. Ah, amor é sentir necessidade, é sentir saudade, é sentir medo, é... CHEGA! Não tenho mais explicações. O amor é preciso sentir e saber que se sente.


___________________ Camila P.

domingo, 6 de março de 2011

Aos Saudosistas, mais uma dose!



Uma dose do veneno saudosista!
Duas rodadas de saudosismo absoluto
do mais puro!
Ah, sou saudosista sim, meu caro!
Como sinto saudades
das tardes ensolaradas,
dos cavalos suados
desencilhados.
Sou saudosista, admito.

Ah, doces parrerais.
Saudades das uvas suculentas.
Como eram suculentas as noites!
Saudosismo derivado do mate.
Era mais amargo.
Era mais convidativo o calor do fogão.
Ah, saúdo a todos esses momentos.

Estradas e quebradas infindas,
trotes e pelegos ao longo da estância.
Os peões cantarolando folclore...
Ah, saudosista sim. Senhor!
Das missas campais!
Oh meu tempo que não volta jamais!
Saudosista sim, meu caro.




________________Camila P.